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“A sociedade não permite ainda que se fale sobre sexo, HIV, DSTs de maneira realmente educativa”, fala jovem militante do movimento de Aids


Educador social e militante no combate à Aids, Ruggery Gonzaga (26) participa de diversos projetos visando a promoção da cidadania de jovens vivendo com HIV/Aids e no combate ao estigma que ainda os acompanha. O trabalho social de Ruggery começou quando, em 2010, ele descobriu que estava com o vírus HIV. No mesmo ano, conheceu a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS – RNAJVHA e a partir daí passou a militar no movimento de Aids, principalmente em projetos voltados para a população jovem.

Atualmente voluntário na ação de testagem rápida do Grupo Pela Vidda-RJ, ele falou sobre a alta incidência do HIV entre a população jovem.

1)      Porque os jovens estão tão vulneráveis?

R: O que tenho observado é que a juventude encontra-se vulnerável por uma série de fatores, entre eles a banalização da ideia de que viver com HIV/Aids é simples, como se tomar a medicação fosse uma coisa simples, como se não tivessem efeitos colaterais, hormonais etc. As pessoas confundem o ARV como uma bala mágica.

Além disso, falta muita informação sobre a doença.  O poder público não se interessa em falar sobre os direitos das pessoas e a promoção da saúde. Falar sobre HIV é um tabu, por tratar-se de uma doença sexualmente transmissível. Por mais que se fale sobre uso do preservativo, o jovem ainda tem menos informações sobre o HIV.

2)      Qual a melhor forma de falar com o jovem sobre prevenção e HIV? Como alcançar essa população?

R: A melhor maneira de se falar com o jovem sobre prevenção, HIV e DSTs e usando uma linguagem apropriada e falando em pares, ou seja, de jovem para jovem, sem ser impositivo. E o melhor lugar para falar com os jovens é pela internet. Sem falar da importância de falar sobre HIV nas escolas e nas universidades.

3)      Onde está o “erro”?

R: O erro está na falta de politicas públicas direcionadas para educação sobre promoção da saúde. A sociedade não permite ainda que se fale sobre sexo, HIV, DSTs etc. O erro está quando não se fala de HIV, enquanto a doença vai crescendo. Além disso, é preciso ofertar mais a testagem para o HIV.